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segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Promoção

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Nos próximos posts, mais informações sobre cada produto do kit!

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Um aterrorizante filme... pornô?


Há um tempo vi Louis Theroux e a Indústria Pornô, um documentário que mostra como a indústria de produções adultas tem sobrevivido com a internet - e as infinitas possibilidades que a rede oferece, como o vasto acervo disponível e os filmes amadores, por exemplo. Já não vemos mais nas locadoras - as poucas que ainda existem - aquela seção escondida em que as crianças eram proibidas de entrar e quase ninguém está disposto a comprar pornôs.

Uma das saídas são os longas destinados a casais, que tem mais história e que são esteticamente mais bonitos. Outra aposta são as superproduções, como as paródias dos longas hollywoodianos (já falei sobre isso aqui). Alguns filmes são criativos, mas outros, sinceramente, beiram o ridículo e me parecem dinheiro jogado fora. Como essa que fala o post de hoje.


Inspirado em um sucesso do terror da década de 80 - Evil Head, a morte do demônio - a paródia pornô também traz mortos-vivos (ou mortas, no caso) e pessoas sujas de sangue. A questão é: é para ficar excitado ou para rir?


quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Blogueira do Mês - Lasciva


Nesse segundo semestre o blog está cheio de projetos novos (se tudo der certo, até o final do ano estará com layout novo e novas colunas). Uma delas estreia hoje, a “Blogueira do mês”.

Fiquei um pouco incomodada com todo esse frenesi em torno do 50 Tons de Cinza e a discussão de que o livro teria dado mais liberdade – principalmente para as mulheres - discutirem o sexo. Discordo, pois muito antes do Best Seller, já havia muitas outras publicações – bem mais ousadas, inclusive – que falavam de sexo e eram voltados para o público feminino. Recentemente ganhei de presente o Delta Venus, da Anaïs Nin e fiquei surpresa como uma escritora da década de 50 já falava sobre sexo com tanta liberdade e ousadia. 

Vale citar também as produções pornôs que são voltadas às mulheres (já falei disso aqui), alguns programas televisivos (como o extinto PontoPe na MTV e atualmente o Amor e Sexo na Globo, para citar alguns), movimentos como a Marcha das Vadias e a vasta produção de conteúdo nas redes sociais. Do meu ponto de vista, o 50 Tons de Cinza apenas deu publicidade a esse movimento que já vinha acontecendo.

Foi pensando nisso que criei a nova coluna que irá trazer, todo mês, uma entrevista com o que eu chamo de “blogueiras sexuais”. Pode parecer fácil escrever sobre sexo, mas talvez seja aí que a maioria erre: é preciso sair do óbvio, trazer temas de qualidade e textos bem escritos. Afinal, aquela velha história de “Dicas de como fazer seu homem gozar 69 vezes” já cansou né? E, além disso, é preciso coragem para expor suas opiniões sem medo de ser julgada. É por isso que, para esta edição, escolhi uma blogueira que combina todas estas características: Lasciva


Jornalista com especialização em relações públicas, Lasciva tem 28 anos e mora em São Paulo. Na cidade da vida noturna e da efervescência cultural, ela gosta de ir a exposições de arte, a shows de música e não abre mão da companhia dos amigos. Diz que já foi mais baladeira, mas a falta de tempo e dinheiro a tiraram das casas noturnas. No fim deste ano, ela irá se mudar para o Rio de Janeiro, onde poderá ter mais contato com a natureza e atividades ao ar livre – outros de seus hobbies. Lasciva também adora ler – diz que lê o tempo todo, principalmente literatura e revistas. Seu blog é um sucesso e com cerca de 5.500 visitas por dia, mais de 160 mil por mês.

Norma: Há quanto tempo você possui seu blog?
Lasciva: Inaugurei meu blog há um ano e sete meses. Não considero que escreva para mulheres, afinal cerca de 45% do meu público é masculino. Claro tenho um ponto de vista o feminino e acabo produzindo muito conteúdo voltado para garotas como eu - sobre estilo e relacionamentos, principalmente. Mas minha proposta é produzir conteúdo sensual e muitas das minhas dicas e referências são destinadas aos homens, também.

N: Como surgiu essa sua vontade de escrever sobre sexo?
L: É uma vontade antiga. Quando ainda era estudante, há cerca de oito anos, surgiu a onda dos blogs e comecei a me questionar que conteúdo eu poderia produzir. A ideia de escrever sobre sexo surgiu naturalmente, pois é o assunto sobre o qual mais falo. Até por isso mesmo fui chamada para manter uma coluna numa revista que alguns amigos estavam desenvolvendo. Foi quando criei o codinome Lasciva, escrevi minhas primeiras crônicas e até umas respostas a perguntas que eles mesmo formulavam. Já publiquei um pouco dessa história no blog. A revista nunca foi editada, mas a ideia de continuar a tal coluna em alguma página na internet ficou na minha cabeça. Demorou todos esses anos para amadurecer o projeto, dispor de tempo para investir, arregaçar as mangas e mandar ver. De qualquer forma, o blog começou como um experimento - de registrar histórias que considerava importantes para mim. Tornar públicos tais relatos me permitiu observar a reação das pessoas a respeito.

N: Como o blog começou?
L: Foi numa época em que fiquei desempregada, tinha acabado de concluir a pós-graduação - ou seja, tive tempo livre - e ainda estava namorando um rapaz que gostou do projeto e me deu o maior apoio. Então fiquei alguns meses registrando com o gravador as histórias que contava aos meus amigos - havia uma penca delas. Aí criamos um domínio, montamos um layout bem amador e comecei a escrever. Com minhas investidas em divulgação, surgiram emails de pessoas compartilhando as vidas delas comigo. Então, passei a escrever também dicas para o público. Com isso, percebi a necessidade de produzir conteúdo mais especializado, pesquisar sobre o assunto. Fui chamada para redigir artigos para outros blogs e os resultados foram me impulsionando a desenvolver e ampliar meu conteúdo.


"Sou uma garota que vivenciou algumas formas de amor livre 
e está sempre rodeada de pessoas que não 
seguem os padrões tradicionais de relacionamentos. 
Sou um corpo de experimentos, capaz de me permitir de tudo 
para pôr à prova meus desejos e convicções. 
Vou além de um site de contos eróticos, 
pois encarnei minha própria personagem."

N: Alguns blogs trazem uma abordagem mais utilitarista, outros um viés mais feminista, outros de discussão. Que abordagens você usa em seu blog?
L: Busco produzir e divulgar conteúdos sobre erotismo, sexualidade e relacionamentos. Quero inspirar as pessoas, intrigá-las, fazê-las refletir. Não gosto de estipular regras do que se pode ou não fazer durante o sexo, mas esse tipo de tema - que chamo de autoajuda sexual - tem uma demanda enorme. Diria que boa parte do que escrevo é um conteúdo egocêntrico e autorreferente, mas de alguma forma vejo que as pessoas se enxergam ali (ou em mim). Seria, portanto, uma abordagem reflexiva e introspectiva, com uma boa dose de mindblowing.

N: Como você escolhe os assuntos que irá tratar?
L: É orgânico. Estou sempre com o moleskine à mão. Se tenho alguma ideia, falo sobre algum assunto novo, já tomo nota e começo a desenvolver. Algumas das minhas histórias surgem de conversas com amigos. Geralmente são situações singulares que gostaria de registrar, tanto fatos marcantes do meu passado, como experiências atuais que fazem diferença na minha vida. Muitas das pautas vêm de perguntas que recebo do público, por email. Escrevo sobre diversos assuntos, coisas que me interessam - mas nem tudo de fato interessa ao público. Fiz uma pesquisa sobre conteúdo antes de lançar um novo layout e me guio por muitas das sugestões que recebi.

N: O que você acha que seu blog traz de novo?
L: A novidade é que sou uma garota que vivenciou algumas formas de amor livre e está sempre rodeada de pessoas que não seguem os padrões tradicionais de relacionamentos. Sou um corpo de experimentos. Capaz de me permitir de tudo para pôr à prova meus desejos e convicções. Vou além de um site de contos eróticos, pois encarnei minha própria personagem. E tudo o que escrevo é mesmo real.

N: O que você jamais faria no seu blog?
L: Não gosto de produzir pornografia, a não ser para consumo próprio. Eu não publicaria um filme pornô explícito em que eu fosse a protagonista, ou fotos minhas fazendo sexo. Já é comum ser estigmatizada por publicar conteúdo erótico, por isso tento fugir de material pornográfico - apesar de consumir e gostar muito. Mas é importante me distinguir, pois trato de comportamento, sexualidade - de forma ampla. Quero fazer as pessoas pensarem. Também gosto de instigar os outros e provocar tesão, mas como consequência de inspirar ideias e vontades.



"As pessoas do meu cotidiano são, 
em geral, mente aberta. Inclusive na minha família. 
Grande parte daqueles com quem convivo 
gostam do blog e me apoiam.
Sou mais alvo de preconceito na internet que fora dela. 
Muito mais."

N: Hoje temos muitas blogueiras que escrevem sobre sexo. Como você avalia essa produção? Tem preferidas?
L: Acompanho menos blogs do que eu gostaria. Por falta de tempo, mesmo. Acho que as mulheres escrevem melhor sobre sexo, porque os homens são muito toscos. Recentemente, conheci o blog Para Pensar em Sexo, da Francesinha, que gostei muito. Também curto demais os textos da Bel, com quem tenho mais contato na internet. A SweetieBird tinha um blog na Época, chamado Sexo na Cidade - uma pena que acabou. O blog Sexpedia, também da Época, escrito pela jornalista Nathalia Ziemkiewicz, tem muita coisa quente sobre o assunto, adoro.

N: Qual sua opinião sobre o fenômeno 50 tons de cinza? Por que você acha que esse livro realmente faz tanto sucesso?
L: Estou estupefata. É o livro que mais vendeu na história. Como consumo muito conteúdo erótico, para mim ele não trouxe grandes novidades. Acho que o maior atrativo do livro é que ele é quase um conto de fadas, só que factível. Então além do erotismo, ele cria uma fantasia à qual as mulheres podem se permitir e onde podem se ver.

N: Você é uma pessoa completamente aberta que não tem vergonha de se mostrar. Desde o começo do seu blog, sempre foi assim? Essa opção alguma vez atrapalhou você – seja em relacionamentos, seja profissionalmente?
L: Durante mais de um ano eu escondi meu rosto, justamente com receio de ter problemas profissionais e porque, de alguma forma, existem aspectos da minha vida pessoal que ainda quero preservar. Mas era muito ruim ficar nas sombras, sentia-me ainda mais marginalizada. Agora que tenho uma cara, diversas outras oportunidades se abriram para mim - como a proposta de gravar meu programa de vídeo. No meu último emprego, meus chefes imediatos sabiam do blog e aceitavam numa boa. De qualquer forma, é complicado, principalmente porque sempre trabalhei no meio político - onde tudo pode virar escândalo. Sobre relacionamentos, o blog afeta diretamente minhas relações afetivas, pois os caras com quem me envolvo sabem que provavelmente serão transformados em personagens em minhas histórias. A princípio, acho que eles lidam bem com isso, só que não estou dentro da cabeça deles, eu não sei - pessoas mudam de ideia muito fácil. Já tive problemas com amigos que diziam gostar do projeto, mas em algum momento se sentiram incomodados com algo que fiz ou escrevi. Até meus familiares sabem e guardam sentimentos dúbios a respeito. Complexo. A questão é que nunca achei que eu passaria o resto da minha vida narrando minhas experiências sexuais, porém enquanto fizer isso vai ser difícil de lidar com a reação das pessoas. Sei disso.



"Quero fazer as pessoas pensarem. 
Também gosto de instigar os outros 
e provocar tesão, 
[mas como consequência de inspirar 
ideias e vontades."

N: Infelizmente mulheres bem resolvidas sexualmente ainda sofrem muito preconceito. Como é seu relacionamento com as pessoas no geral? Você sofre muito preconceito? As pessoas estranham quando você diz que tem um blog sobre sexo?
L: As pessoas do meu cotidiano são, em geral, mente aberta. Inclusive na minha família. Grande parte daqueles com quem convivo gostam do blog e me apoiam. Sou mais alvo de preconceito na internet que fora dela. Muito mais.

N: E com os leitores, como é sua relação? Você tem algum caso que tenha te marcado mais?
L: Tenho um carinho enorme pelo meu público, por todas as pessoas que me escrevem, que me dão apoio. Os elogios e até as críticas que recebo são a força motriz do meu projeto. Sem essas pessoas, nada teria sido possível. Raramente topo encontrar alguém que conheço na internet, mas cheguei a conhecer algumas garotas que me leem. Uma vez, um garoto me pediu um autógrafo o Youpix - achei o máximo.

N: Quais são seus planos futuros, com relação ao blog e outras produções?
L: Preciso concluir minhas histórias e vou lançar meu programa de vídeo. Queria muito ter alguma verba para investir no blog e poder contar com colaboradores. Queria que ele tivesse mais conteúdo.

N: Alguma outra coisa que você ache interessante falar?
L: Quem vê não imagina a ralação que é manter esse blog. E nunca consigo me dedicar tanto a ele como eu gostaria. Em todo esse tempo que o mantive, é como se eu tivesse apenas investido - o retorno financeiro foi praticamente nulo. É muito difícil vender anúncio em um site que trate de conteúdo sexual. Mas, de qualquer forma, enxergo tudo isso como um grande aprendizado. Quando vejo o tanto que evoluí nesse período, tenho certeza de que valeu todo o meu esforço.