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quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Era uma vez o ponto G


Para pesquisa realizada em Londres a existência dessa zona erógena é psicológica

Há tempos queria escrever essa matéria, mas sabe como é... férias, sol, praia. Tudo isso me manteve um pouco afastada do computador. O jeito é aproveitar essa manhã chuvosa (justo no meu último dia aqui...). Fazer o que né.

Você tem ponto G? Ele existe mesmo? Não... na verdade ele não passa de um fruto da sua imaginação, estimulado pelas revistas femininas e pelas terapias sexuais. Ou seja, ele é tão real quanto você acredita. É o que dizem os cientistas da King’s College de Londres, que realizaram um grande estudo sobre o famoso pontinho.
Os pesquisadores analisaram 902 pares de gêmeas, num total de 1.804 mulheres. As entrevistadas, que tinham idades entre 23 e 83 anos, responderam a um questionário e aqui acho que está o primeiro erro. Se estamos falando de algo que supostamente tem uma existência física, o estudo deveria ter se utilizado de uma abordagem mais... empírica, digamos assim.
Entre as entrevistadas, 56% declarou ter o ponto G. Ora, se uma gêmea tem, a outra também deveria ter, certo? Ao menos era isso que os pesquisadores esperavam, que a probabilidade da outra irmã dar a mesma resposta seria alta. No entanto, isso não ocorreu. Para o coautor do estudo, Tim Spector, isso mostra que a idéia do ponto G é subjetiva.
Mas, para outra autoridade no quesito, a sexóloga Beverley Whipple, o estudo é falho. Whipple ajudou a popularizar o conceito do ponto G nos anos 70 com vários livros e uma pesquisa, considerada pioneira. Segundo ela, as gêmeas não têm, geralmente, o mesmo parceiro sexual e sendo assim, não são estimuladas da mesma forma. Além disso, a sexóloga também ressalta que o levantamento não levou em consideração a opinião de lésbicas e bissexuais.
Descobrindo o ponto G
O ponto G seria uma zona erógena cheia de terminações nervosas. Sua localização exata, tamanho, espessura e textura variaria de mulher para mulher, mas esse lugar mágico pode ser identificado como uma pequena saliência enrugada, localizada embaixo do osso púbico, na parede frontal interna da vagina. Quando estimulado, esse pontinho mágico levaria a altos níveis de excitação e a orgasmos incríveis.
Aqui vai um pequeno histórico sobre o ponto G:
  • O ponto G foi descoberto em 1950, pelo ginecologista alemão Ernst Gräfenberg. O nome é uma homenagem que Gräfenberg fez a ele mesmo.

  • Em 1981, um estudo de caso mostrou que a estimulação do ponto G o faz crescer cerca de 50%. Além disso, a ativação desse pontinho também podia proporcionar orgasmos mais intensos e prolongados.

  • Em 1982, o livro “O ponto G e outras descobertas recentes sobre a sexualidade humana” (tradução livre) foi lançado para desentusiasmar as mulheres. A obra dizia que a evidência do mítico ponto era muito fantasiosa.

  • Em 1983, outro estudo examinou 11 mulheres. As voluntárias receberem estímulos e os cientistas constataram um alto nível de respostas na parede frontal da vagina (território do ponto G) em quatro mulheres.

  • Em 1990, um questionário anônimo foi distribuído para 2.350 mulheres que trabalhavam como “secretárias do amor” nos estados unidos e Canadá. 40% disseram ter ejaculação vaginal no momento do orgasmo e 82% afirmaram ter ponto-G e também ter ejaculação com seus orgasmos.

  • Outro estudo realizado em 2006 verificou, através da biopsia de 21 mulheres, que não havia na vagina um ponto com grande número de terminações nervosas.

  • Em 2008, Dr. Tim Spector levantou a hipótese de que, anatomicamente, o ponto G faria parte do clitóris.

 
A discussão provavelmente não acaba por aqui. Ela já dura 60 anos e acredito que ainda vai render mais alguns.O fato é que verdade ou não, muitas mulheres são mais felizes com seus pontos Gs (ilusórios ou não). Alguns não têm amigos imaginários? Que mal pode fazer ter um pontinho?

E você, o que acha? Afinal, o ponto G existe?



4 comentários:

Cirano de Patos disse...

Já ouvi dizer que o famigerado Ponto G fica no final da palavra "ShoppinG"... Piadinha infame, mas tá valendo diante de tantas controvérsias envolvendo a existência ou não desse ponto.

Thais disse...

Seus textos estão cada vez mais gostosos de ler!

Gustavo Marotta disse...

E o ponto G já rivaliza com a intuição na discussão de coisas femininas que nunca saberemos se existe.
E ainda sai em vantagem, sexo é fantasia, às mulheres que juram tê-lo deliciem-se, já à nós homens quer motivo melhor para uma autentica caça ao tesouro?
Muito bom o blog Fafá (viu, consegui lembrar o endereço?!?), quando puder acesse o meu. Bjos.

Ju Afonso disse...

Bem sinceramente, acho que não existe! Mas se é uma coisa que faz com que as mulheres sintam mais prazer, mesmo que psicologicamente, elas deveriam continuar acreditando nele!

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