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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Pornô para mulheres

As mulheres, que sempre foram as estrelas desse tipo de produção, estão agora atrás das câmeras

Você sabia que existe um Prêmio Pornô Feminista? A competição escolhe, desde 2006, filmes adultos feitos pensando nas mulheres e as participantes disputam um troféu em formato de pênis estilizado.

Tudo começou quando pioneiras, como a americana Candida Royalle, decidiram mostrar suas ideias. Cândida, então atriz pornô, se dizia insultada com os filmes que ela própria encenava. E isso no fim da década de 70! Ela resolveu, então, procurar empresas que estivessem dispostas a produzir filmes com histórias mais criativas e que não fossem simplesmente um pretexto para os atores tirarem a roupa. Na década de 80, a atriz montou sua própria produtora, a Femme Productions.

Hoje em dia já encontramos várias cineastas - a sueca Erika Lust, a alemã Petra Joy, a britânica Anna Span e a americana Tristan Taormino - que dizem fazer filmes que se adequam as necessidades das mulheres. Mas afinal, que necessidades são essas?

Erika Lust

Segundo Alison Lee, gerente da Good for Her – loja pornô para o público feminino que organiza a premiação que eu citei acima – os filmes feministas trazem enredos mais complexos, atrizes com as quais as mulheres possam se identificar, homens bonitos – e não apenas bem dotados –, um pouco de romance e atuações mais verdadeiras. A idéia é mostrar a sexualidade da feminina de forma mais positiva e ao mesmo tempo, excitante.

Um bom exemplo é o filme Five hot stories for her, da diretora Erika Lust. Ao chegar em casa, a mulher encontra o marido com outra na cama. Ao invés de terminar em um ménage – o que aconteceria nos filmes pornôs “convencionais” – a cena toma uma direção completamente diferente. A mulher traída vai embora e procura sexo com outro homem.

Há também, nesses filmes direcionados à elas, muito sexo entre mulheres (há um mercado de lésbicas a ser atendido) e sexo entre homens, algo que excita algumas mulheres (a diretora Courtney Trouble, inclusive, se especializou nessa área, gays underground).

Eu um filme da Erika Lust - The Good Girl - para conferir, afinal, se essa coisa vale a pena. O que eu achei? Bom, as meninas vão ter que procurar pra descobrir. Deixo aqui a opinião de um menino:

"É diferente pra caramba, ainda que as atuações (e nesse caso,da sim pra falar de atuação haha) não sejam otimas e o inglês seja duro de entender. Dá pra sacar uma tentativa de naturalidade, que é muito legal. Aliás, isso é o que eu achei mais legal e que mais gostei: é tudo muito natural, a situação parece natural, o ato em si também o é. Dá pra ver na expressao da atriz, principalmente, que ela esta mesmo sentindo prazer, por mais q seja só o filme ali, não é uma relação fake como no pornô tradicional.

O uso de trilha sonora bem romântica dá um outro clima também. É bem mais gostoso de assistir, inclusive acompanhado!"

E os homens, como ficam nessa história?

Mas será que esse tipo de filme, mais “sofisticado”, agrada apenas às mulheres? Será que os homens também não gostariam de ver algo de mais qualidade sendo produzido?

Seria generalizar demais dizer que todo homem se contenta com a pouca qualidade dos filmes eróticos produzidos atualmente. Sim, porque hoje em dia a produção da maioria dos filmes é tosca e eles se resumem a um mesmo roteirinho recheado com um festival de penetrações tresloucadas sem motivação e sem nexo.



Isso acontece porque a indústria pornográfica é uma mina de outro e quanto mais se produzir com baixo custo, mais se ganha. Velocidade e quantidade. Fica relativamente barato juntar 12 atores e fazer algumas cenas num motel barato. Ainda mais se levarmos em conta o avanço da tecnologia digital e da internet: é fácil fazer e divulgar.



Pensando um pouco mais nessa questão, eu concordo com o blog Damn.I.Am: não existe pornô para homens e mulheres. O que existem são filmes de qualidade e outros, nem tanto. O blogueiro cita os filmes franceses e alemães, que não são necessariamente feitos para mulheres, mas que têm uma história elaborada, uma produção cuidadosa, belos cenários e muita sacanagem inteligente, “onde as mulheres não são vistas como apenas uma vagina a ser penetrada”.



Fonte: Época/ Damn.I.Am / Imagens: Divulgação

1 comentários:

GoGo Boy da Fafá disse...

Depois de ver esse e comentar aqui,assisti tambem o ótimo "All About Anna" e um trecho do pesado,porém interessante "Married With Children". Virei fã da Erika Lust,pena que ainda nao da pra eu ver os filmes dela num horario fora da madrugada,na calada, com fones de ouvido. hahaha.
ps:ainda nao achei um bom codinome ahuahuah

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