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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

What's your number?

Ou "Qual é o seu número" é o título de um filme que vi esses dias. 



O longa conta a história de uma Ally, uma garota desempregada e que foi pra cama com 19 homens (número bem acima da média nacional, de 10,5). Além de se achar  uma vadia, ela também descobre - através de pesquisa publicada em uma revista feminina - que garotas que dormem com mais de 20 anos não tem chances de encontrar o amor de suas vidas. Ally promete, então, que seu vigésimo será especial, mas em uma noite de porre, acaba dormindo com seu ex-chefe - que está bem longe de ser o homem dos seus sonhos. A garota perde as esperanças de encontrar sua alma gêmea até que encontra um antigo namorado numa versão bastante melhorada. Convencida de que seus outros ex também podem ter melhorado, Ally saí em busca dos homens com quem se relacionou, na esperança de que algum deles seja seu verdadeiro amor. E é basicamente em torno dessa procura que gira a história do filme.

Resolvi fazer um post sobre no blog por que o longa toca em questões realmente interessantes, além de ser uma boa comédia romântica para aquelas tardes que você quer comer pipoca e pensar que tais clichês podem, um dia acontecer, com você. #soquenao
Mas vamos a análise.

#1 - As revistas femininas

A primeira coisa que me chamou atenção é como, de fato, existem mulheres que realmente dão atenção e seguem a risca as instruções das revistas. Quando era adolescente tive minha fase de ler esse tipo de publicação. Além do poster dos Hansons, elas traziam dicas de paquera e eu bem que precisava. O problema é que matérias como "Você beija bem?"e "Saiba como paquerar" me deixavam ainda mais insegura quanto ao meu comportamento (eu não era e acho que nunca vou ser o tipo de mulher descrita por essas revistas). E, ao invés de ser eu mesma, tentava seguir fórmulas que podiam até funcionar algumas vezes, mas que em grande parte, só pioravam as coisas. 

Eu cresci e as revistas também. Ao invés de falar de beijo, elas falam de sexo oral e orgasmo. E continuei a ler, procurando preencher minha falta de conhecimento prático, de confiança e de auto-estima. Não me entendam mal, não recrimino quem lê e acho mesmo que essas publicações tem seu espaço na vida da mulher (eu mesma admito ter aprendido algumas coisas com elas). Pra mim, a grande questão está nessa fé cega no que está escrito, como se fosse a fórmula de sucesso garantido. O problema é que essas receitas falham e fazem nos sentir desajustadas, incapazes.

#2 Homens decentes 


Num certo momento do filme Ally conversa com Colin, o amigo que a ajuda a localizar seus ex-namorados. Ele descobre o motivo da investigação e diz que não sabe o porque de garotas se preocuparem tanto com com o número de caras com os quais fizeram sexo.  E acrescenta: "Afinal, que tipo de cara se preocupa com quantos caras você já dormiu?". Ally responde: "Caras decentes". 


Já escrevi em algum outro post (procurei, mas não achei), mas é qual, exatemente, a relação que existe entre o caráter de uma mulher e o número de pessoas com as quais ela fez sexo? Isso faz de alguém melhor ou pior, por acaso? 

#3 A opinião das outras


Durante uma festa com amigas, Ally propõe fazer um jogo na qual cada uma tem que dizer com quantos caras fez sexo. Óbvio que seu número é o mais alto, ao que as companheiras respondem com comentários como "Piranha", "Vadia", "Cachorra" e "Safada". Ok, homens podem até ser preconceituosos, mas, na minha opinião, as mulheres são ainda mais.


"Quando você é muito disponível sexualmente, isso mexe com sua auto-estima. Quando você perceber, terá dormido com 45, nenhum respeito próprio, sem marido e sem musculatura nas partes privadas". (fala de uma das amigas de Ally no filme)

#4 The end
Tudo é muito bonito no happy ending. Ally fica com Collin, o vizinho bonitão que não se importa com quantos caras ela dormiu. Mas, por mais liberal que o filme tente parecer, seu final contradiz tudo o que foi dito. A mocinha descobre que, na verdade, não tinha transado com um dos caras de sua lista e que, na verdade, ainda está na casa dos 20. Ou seja, ainda está dentro dos padrões da revista.












   

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