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terça-feira, 16 de outubro de 2012

Gozando de um bom livro

Há algumas semanas fiz um post sobre o Hysterical Literature, um projeto do fotógrafo Clayton Cubit que traz mulheres lendo seus contos eróticos favoritos enquanto são estimuladas por um vibrador. No meu post trouxe o primeiro vídeo da série, que já conta com outros três: Alicia (meio longo, mas é bom); Danielle (gostei bastante); e Stormy:



Hysterical Literature: Session Four: Stormy


Inspirado nesse projeto surgiu, aqui no Brasil, o Gozando de Um Bom Livro, idealizado por Alicia, Adriano (@blogpapaichegou) e o @onifodente. Os vídeos tem a assinatura da SF13 Produções, e conta com a assistente de produção Elaine e a direção de Pedro Diniz. Entrevistei a Alicia sobre o Gozando de um Bom Livro, confiram!

N: Como surgiu a ideia de criar o projeto? Desde quando ele acontece?
A: A ideia surgiu conversando com o @onifodente no gtalk. Mostrei para ele o vídeo da Stoya - pois isso era a cara dele - e ele gritou que nós tínhamos que fazer uma versão brasileira. A partir daí chamei o Adriano do @blogpapaichegou, que já era meu parceiro comercial de outros projetos e podia nos ajudar. Começamos em agosto.

N: Qual a proposta central de vocês ao trazer esse projeto para o Brasil?
A: Queríamos desmitificar o orgasmo feminino padrão, pois cada mulher tem seu momento íntimo de uma forma. O orgasmo é algo democrático: rica, pobre, negra, caucasiana, asiática, todas têm o orgasmo como sua manifestação mais íntima, por isso o consideramos uma forma de arte, uma forma de expressão. Queríamos mostrar não só diferenças extremas - como entre as brasileiras e as americanas, entre as atrizes pornôs e as mulheres comuns -, mas as singularidades de cada mulheres. Cada uma goza de um jeito, é como uma impressão digital.



N: Quais são as semelhanças do Gozando Um Bom Livro com o Hysterical Literature?
A: Basicamente segue o formato original: uma mulher lendo um livro enquanto é estimulada sexualmente. O conceito base como cenário, luz, figurino, esse minimalismo também foi inspirado na obra original.

N: O que vocês procuraram acrescentar de novo, de diferente?
A: Acrescentamos um novo conceito, a começar pela própria literatura escolhida, que tem total ausência de cunho sexual. A própria modelo faz a escolha do livro que irá ler sob a nossa orientação, desde que seja sobre um assunto que ela não tenha nenhum estímulo, que ela deteste, que seja completamente desestimulante. Também adotamos mulheres comuns: toda e qualquer mulher pode participar como leitora, pois queríamos retratar mulheres reais, que você pode encontrar no ponto de ônibus ou na fila do pão.

N: Como é feita a escolha das pessoas que farão a leitura?
A: Justamente por querer retratar as mulheres que encontramos em nosso cotidiano, não há muita escolha. Queremos todos os estereótipos: loiras, morenas, pequenas, altas, gordas, fanhas, gagas... Quanto maior for este leque, mais rica fica experiência.

N: O que vocês procuram nessas mulheres?
A: Coragem... Esse é o maior processo de seleção para nós. Não importam o quanto digam que o Brasil é um país sexualmente desenvolvido e que abusa da sensualidade. Ainda vivemos em um país hipócrita, em que uma moça pode dizer que foi na balada "fritar", mas não pode dizer que foi em um sexyshop. No início achamos que o maior problema seria superar a vergonha que as meninas teriam, mas encontramos um obstáculo maior, tendo que lidar com o medo de repressão profissionais, de familiares, namorado, etc. Buscamos meninas que tenham coragem, não de gozar frente a câmera, mas de assumir seu desejo sexual. Mulher brasileira não se permitiu ainda ter desejos e leva o mundo apenas como "fantasias sexuais", entende a diferença?

N: Até agora foram feitos apenas dois vídeos (Elaine e Lasciva)?
A: Oficialmente foram dois vídeos, mas gravamos também o vídeo um piloto em celular - com baixíssima qualidade técnica, mas que bateu mais de 100 mil views. Esse sucesso serviu para irmos atrás de produtoras de vídeos dispostas a colaborar conosco e assim que encontramos a SF13 Produções sentimos que nossa busca havia terminado. Nossas ideias se encaixaram super bem com o diretor Pedro Diniz - que já é bastante ligado a internet e o mundo da sexualidade. Sendo assim o piloto perdeu o seu propósito e o retiramos do ar. 

N: Vocês já tem quem serão as próximas?
A: Sim... já temos as próximas gravações agendadas, mas iremos manter segredo...





"Não importam o quanto digam que o Brasil é um país sexualmente desenvolvido e que abusa da sensualidade. Ainda vivemos em um país hipócrita, em que uma moça pode dizer que foi na balada "fritar", mas não pode dizer que foi em um sexyshop."



N: A pessoa que faz a leitura também é responsável por trazer seu brinquedinho ou vocês fornecem?
A: Nós temos um conjunto de vibradores e cosméticos, mas aconselhamos que caso a pessoa tenha, traga os dela (por uma questão de conforto, intimidade e até de higiene).

N: Como tem sido a repercussão do projeto?
A: Tem sido fantástica. O primeiro vídeo está na casa dos 70 mil views e o segundo com cerca de 30 mil views. Saímos em vários blogs famosos, em mídias consideradas mais tradicionais e até matérias em portais estrangeiros.

N: Como vocês avaliam o que foi feito até agora?
A: Ainda há um longo caminho a percorrer. Estamos acertando o projeto de formas a encontrar um equilíbrio entre o que nós queremos, o que os fãs querem e o que nos é permitido fazer.

N: Quais são os planos futuros para o gozando de um bom livro? Pretendem fazer alguma mudança? Vocês tem previsão de quantos vídeos pretendem fazer?
 A: Cada vídeo terá algo diferente, algo único. Estamos estudando uma forma de fazer uma versão masculinas também, além de expandir o universo de "garota/livro"


1 comentários:

Anônimo disse...

you people are disgusting that whay there is so many kids in the strees over there look up for the kids you are so pooor

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