Quando se junta
duas características – a paixão pela música e curiosidade aguda – o resultado é
uma pessoa que fuça Ipods alheios em busca de coisas novas para ouvir. E foi
revirando a lista de um amigo que achei o recém lançado álbum de Erasmo Carlos.
“Por que você não faz um post sobre isso?”, ele disse. Aqui está e dedicado a
você.
Sexo. Além de
assunto de interesse deste blog, é também tema e nome do 27º disco lançado pelo
eterno Tremendão. Já tinha ouvido algumas faixas – que tinha gostado muito,
inclusive -, mas como foi na minha época de 18 horas diárias de trabalho, não
atinei para a idéia de fazer um post.
Lançado pela
Coqueiro Verde, o álbum tem produção e participação de Liminha, além de
parceiras de músicos como Arnaldo Antunes, Nelson
Motta, Adriana Calcanhoto e Chico
Amaral. João Barone, baterista dos Paralamas
do Sucesso, também participa do disco, gravando as baquetas da
música "Sentimento Exposto". O álbum conceitual trata, ao longo de
suas 12 faixas, de uma dos instintos mais básicos dos seres humanos, sem meias
palavras ou o que o compositor chamou de imagens pornográficas.
Ouvi o disco
todo, mas para mim é um pouco difícil falar sobre músicas que ouvi poucas
vezes. Sou daquelas que gosta de escutar várias e várias vezes, reparar em
pequenos detalhes e ir me apaixonando aos poucos. Claro que existem aquelas que
me conquistam de cara (e aí do mesmo jeito ouço várias e várias vezes), mas no
geral preciso de mais tempo para saber se gostei ou não. Outro fator que vocês
devem levar em conta ao ouvir minha singela opinião é que, nem de longe, sou
especialista em resenhas musicais. Feitas as preliminares, vamos ao Sexo.
No geral gostei do disco, que é bem divertido - principalmente a letra de algumas músicas. Erasmo mantém a veia rock’n
roll anos 70 ao mesmo tempo em que traz pitadas de outros ritmos. A impressão
que tive foi de que, seja qual for seu estilo – romântico, tradicional,
selvagem, etc. – Sexo terá alguma faixa para você.
Uma das minhas
preferidas é a faixa de abertura do álbum, a divertida e enérgica “Kamasutra”, feita
em parceria com Arnaldo Antunes. Erasmo pergunta: “Em que posição?” e em
seguida fala sobre as diversas posições do famoso livro indiano.
Outra música
que me chamou a atenção é também uma parceria com o ex-Titã, “Roupa Suja”. Com
um tom de desabafo – a famosa dor de cotovelo – a canção fala sobre como,
algumas vezes o sexo pode tornar as pessoas meros objetos de prazer (serve
muito bem como trilha sonora para esse post).
Nessas situações só mesmo uma boa lavagem de roupa suja pra deixar tudo em
pratos limpos.
Na balada "Apaixocólico Anônimo", o Tremendão fala de
como os seres humanos são escravos de seus sentimentos. Mas, se você escutar
melhor – já que o tema é sexo -, irá reparar que também é uma delicada ode ao
sexo oral. "Desde o dia em que provei/ o sabor do seu desejo/ nunca mais
tive sossego/ como um bêbado me vejo/ escravo do seu mel."
O disco se
encerra com “Sexo é vida” e é uma faixa que resume um pouco o que foi dito em
todas as outras. "Palmas ao campeão/ ganhou a corrida/ e o prêmio do
embrião/ foi gozar a vida".
Tinha pensado
em escrever um pouco sobre cada música, mas o post ia ficar chato e a idéia não
era fazer uma resenha crítica sobre o cd. No site da Coqueiro Verde, além de
ouvir o álbum inteiro, você ira encontrar também dois releases (um
escrito pela Fernanda Young e outro por Ronaldo Bressane) que falam um pouco sobre cada faixa.
Outro site
muito legal para ler mais coisas sobre o cd é o da Revista Trip, que fez uma
entrevista com o Tremendão. Erasmo fala sobre o processo de produção do álbum,
sobre carreira e sobre o medo e vergonha de falar sobre sexo. "Esse assunto não deveria ser tabu (...). A
gente come, bebe água e faz sexo. Todo mundo faz isso. Era para ser um assunto
muito mais natural.”.
"Antes era difícil você ser mais explícito ao falar de sexo, mas hoje em dia também não é fácil. Antigamente era a censura, agora é o politicamente correto. Você tem que lidar com religião, que planta na cabeça das pessoas que o sexo é pecado" |
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