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terça-feira, 6 de abril de 2010

Chaninha polêmica

A palavra estava escrita em uma cartilha de alfabetização e causou controvérsias


O que você pensaria se encontrasse os seguintes dizeres em uma cartilha de alfabetização “Eu suo na chaninha / Aí, ela cheira mal / Ela cheira a chulé”? Provavelmente que a dona da tal chaninha não é muito chegada em tomar banho. Certo? Pois não é nada disso.

Os versos acima realmente fazem parte do material de alfabetização utilizado pela rede municipal do Rio de Janeiro e têm causado polêmica. Na verdade, chaninha é um tipo de regionalismo e quer dizer chinelo.



E aí, você já colocou o pé na chaninha hj?



Segundo João Batista de Oliveira, Diretor do Instituto Alfa e Beto e responsável pela confecção das cartilhas, as críticas são políticas. Ele explica que o texto existe em livros de todo o Brasil há dez anos e que nunca houve problemas. “O professor tem como função explicar e tem que estar atento à polissemia. Uma mesma palavra pode ter vários sentidos em vários lugares. Chaninha é, em muitas cidades do interior, sinônimo de bichano”, explicou. Realmente, se você digitar chaninha na busca de imagens do Google, irão aparecer vários gatos.

O Sindicato Estadual dos Professores de Educação do Rio (Sepe), no entanto, está questionando o duplo sentido da palavra e por isso, resolveu denunciar o caso ao Ministério Público. No Rio (como em vários outros lugares, acredito eu), chaninha é usada para designar as partes intimas das mulheres. Com essa ação, o Sepe pretende suspender a distribuição da obra.

Para a diretora do Sepe, Susana Guitierrez, os livros didáticos devem trazer a realidade do aluno e a palavra chaninha com o sentido de chinelo não remete àquela vivida por um aluno de escola municipal no Rio de Janeiro. Ela diz, ainda, que a cartilha apresenta métodos atrasados e questionáveis.

Em nota, a Secretaria de Educação disse que o texto em questão deve ser analisado dentro de um contexto e não analisando palavras isoladas. Para a secretaria, houve interpretação subjetiva, pois as imagens do livro excluem a possibilidade dessa interpretação equivocada.

Fonte: G1

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