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quarta-feira, 18 de maio de 2011

Emma Bovary c'est moi

@normalucia.69: Estava pensando em alguma coisa legal para colocar no blog e me surgiu a idéia do "Livro da Semana". Tenho uma amiga que adora ler, então a convidei para escrever a coluna. Espero que vocês gostem!

A literatura, como reflexo da sociedade que é, não deixa de tratar o assunto. E essa coluna vai falar justamente da presença deste tema picante nas artes literárias. Pra isso, eu pego emprestado o nome da personagem principal da obra prima de Gustave Flaubert (só o nome já que o destino da nossa sonhadora não é lá muito bom). Ela, que teve como pecado ler livros e mais livros que falavam de amor e desejar ardentemente que sua vida fosse igual à ficção.  
 
A frase que dá título a este post (Emma Bovary sou eu) foi dita por Gustave Flaubert diante do tribunal que o questionava sobre quem seria a mulher adúltera na qual a personagem Emma Bovary havia sido inspirada. Por esse pequeno relato já dá pra perceber o rebuliço que o livro Madame Bovary causou na sociedade francesa do século XIX. Você pode se estar se perguntando: por quê? Por que a obra fala de sexo. De adultério. De insatisfação com o casamento. De busca pelo amor. Nada mais atual. Sexo e tudo o que está ligado a ele não sai de moda jamais. Sempre esteve na ordem do dia, seja de forma mais velada ou mais explícita, seja pra ser demonizado ou adorado.

Madame Bovary, de Flaubert

 Cena da versão de 1949 de Madame Bovary para o cinema, com Jennifer Jones no papel principal

Emma se casou com o médico Charles Bovary e ao invés do amor das histórias que lia, encontrou um casamento sem emoção com um homem igualmente entediante e de personalidade fraca. Some a isto tudo romances açucarados mais uma cidade do interior bem sossegada e teremos uma bomba-relógio.

A obra de Flaubert é o que se chama “ficção experimental” ou “romance de tese”, que significa fazer a experiência de criar uma ficção com fatos encontrados na realidade. O autor faz, por meio da história de Emma Bovary e de quem a cerca, uma forte crítica social.


Para Saber mais: Leia esse artigo de Otto Maria Carpeaux e esse, do Digestivo Cultural.

 
Legenda: Trailer do filme de 1991 inspirado no livro Madame Bovary



3 comentários:

Gabriela disse...

esse post fala sobre algo que muitas mulheres ainda acreditam, a falsa idéia de perfeição... parabéns pela escrita, me deu muita vontade de ler o livro!!!

Sâmia disse...

thatá é a autora da resenha?
muito boa!

:)

Sâmia disse...

ah, e para esta seção (se ainda há tempo até a banca, ou se você continuar o blog - aêee -), recomendo a resenha de 'lolita'.

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